A população com anticorpos contra a COVID-19 em São Paulo

No post de hoje, vamos analisar o perfil da população com anticorpos contra a COVID-19 na cidade de São Paulo. Esse perfil foi traçado a partir dos resultados de uma pesquisa que vem sendo realizada no estado e que busca entender qual o real número de infectados e quais as principais formas de infecção e disseminação da doença.

O estudo, que vem sendo realizado pela prefeitura da cidade, é bastante similar ao que vem sendo feito no RS, porém com um atraso significativo de tempo em relação ao primeiro. Enquanto a pesquisa gaúcha foi iniciada em abril, já estando na sua 6ª fase, o estudo paulistano foi iniciado em meados de junho, estando atualmente na sua 3ª fase. Por conta disso, a pesquisa acabou analisando uma fase da doença consideravelmente já mais estável na cidade de São Paulo: todas as fases estimaram que entre 10% e 11% dos testados estavam imune a doença. Desses, estima-se que 42,5% foram assintomáticos.

Quando estendemos o resultado da pesquisa para a população de toda a cidade, estima-se que o número real de infectados deva estar em torno de 1,3 milhão, ainda que oficialmente a capital possua pouco mais 200 mil casos - o que nos fornece uma ideia da subnotificação dos casos em São Paulo. Para cada caso identificado, acredita-se que haja atualmente cerca de 6 casos não reportados. Os resultados do estudo também permitem traçar um perfil de qual parcela da população possui mais anticorpos contra a COVID-19, como é possível observar no infográfico abaixo.

Os resultados do estudo reforçam o panorama de desigualdade social que vem sendo ressaltado pela pandemia da COVID-19, com a população de cor preta/parda e de renda mais baixa tendo um maior risco de infecção. Apesar disso, a prevalência de anticorpos na população segue baixa em todas as camadas sociais, muito abaixo dos 60% necessários para a estabelecer a imunidade de rebanho, sendo um indicativo de que estamos longe de conseguir conter a pandemia com essa estratégia. Sendo assim, até o momento a melhor opção para não agravar a crise no país segue sendo fazer uso das medidas de isolamento e de restrição de mobilidade, que se mostraram capazes de diminuir o risco de infecção, além de propor estratégias específicas para garantir a saúde dos grupos sociais que estão sob maior risco.


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