Os hábitos do brasileiro durante a pandemia de COVID-19

Com o advento da pandemia de COVID-19, os hábitos de bilhões de pessoas ao redor de todo mundo tiveram que mudar para se adequar à nova situação. As mudanças impactaram diversas áreas do cotidiano, desde a forma de nos relacionarmos com outras pessoas até os hábitos de higiene pessoal e cuidados com a casa, passando ainda pela forma como as empresas se organizam e desempenham suas funções. No Brasil, a situação não foi diferente, de forma que a rotina de milhões de brasileiros foi afetada significativamente.

Para entender os reais efeitos desse impacto, o Ministério da Saúde realizou pesquisas telefônicas abordando questões a respeito das rotinas de higiene e aspectos relacionados à saúde das populações de todas as regiões brasileiras. A pesquisa vem sendo realizada em várias rodadas, com a última tendo sido realizada com mais de 2000 pessoas no início de maio, tendo tido seus resultado divulgados em junho.

Em termos de higiene, as perguntas foram divididas em quatro tipos: cumprimento de isolamento social, práticas de higiene básica (higiene regular das mãos e de objetos de uso frequente), práticas de higiene complementar (trocar roupas e sapatos ao chegar em casa e não compartilhar objetos de uso pessoal) e prevenção ideal (todas as anteriores, mais ter mantido o distanciamento de pessoas com sintoma da doença, ter evitado tocar olhos, nariz e boca após contato com superfícies e pessoas e ter adotado práticas recomendadas de etiqueta respiratória, como cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar). O percentual de brasileiros encontrados em isolamento foi alto, de mais de 85% para ambos os sexos. Entretanto, em termos de prevenção ideal os números caem bastante, com uma média de apenas 37.5%.

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Em relação a sair de casa, 87% dos respondentes relataram terem saído ao menos uma vez na semana anterior a pesquisa. Os motivos foram variados, mas os de maior destaque foram idas ao supermercado (75%), seguido por trabalho (45%) e ida a farmácias ou outros serviços de saúde (42%). Motivos de lazer, relacionados ao tédio ou a visita a familiares e amigos, foram relatados por menos de 20% dos respondentes.

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Por fim, a pesquisa buscou identificar ainda o panorama de saúde psicológica dos brasileiros. Dentre todos os respondentes, 42% relataram problemas ligados ao sono e 39% relataram mudanças nos hábitos alimentares. O desinteresse por atividades e a própria tristeza/sensação de depressão também aparecem de forma preocupante na lista, com 35% e 33% dos respondentes relatando esses sintomas, respectivamente.

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O panorama encontrado pela pesquisa no começo do mês de maio descreve um momento de bastante isolamento social, com poucas saídas realizadas pelos entrevistados e sendo essas em geral relacionadas a motivos essenciais. Apesar do nível de isolamento ter variado desde então, foi possível observar alguns efeitos preocupantes, como a baixa taxa de pessoas realizando práticas consideradas ideais de higiene e um percentual considerável de respondentes com efeitos psicológicos causados pelo isolamento. Dessa forma, é possível já identificar possíveis impactos que teremos com o fim da pandemia, sendo que eles envolvem não só a saúde física, mas também psicológica das pessoas.


Referências:

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ESPECIAL 18 - Ministério da Saúde http://saude.gov.br/images/pdf/2020/June/18/Boletim-epidemiologico-COVID-2.pdf



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