A distribuição geográfica da COVID-19 no Brasil: Regiões
No post de hoje, vamos dar sequência ao post anterior (https://www.cappra.co/lab-covid/dist/geo) e explorar a distribuição geográfica de casos e de óbitos da COVID-19 no Brasil. Assim que chegou ao Brasil, o vírus atingiu as regiões litorâneas e as capitais, alcançando, posteriormente, todo o país. Apesar da forma e do momento em que cada região foi atingida ter variado bastante, um fato notável ocorrido no Brasil, e diferente do que observamos no panorama mundial, é que a região Sudeste - a mais afetada no começo da crise - segue sendo a com mais casos, mesmo passado 5 meses.
Por conta disso, hoje vamos analisar a evolução de casos e óbitos dentre as regiões brasileiras, de forma a analisar em maiores detalhes como o processo de evolução da doença ocorreu no país. Pela distribuição (bruta e percentual) de casos mostrada na imagem abaixo, fica evidente a participação massiva da região Sudeste na epidemia de COVID-19 no país - em particular, no começo da pandemia, mas mantendo-se até hoje com 34% do total de casos. Analisando as demais regiões, a única cujos números se equiparam ao Sudeste é a região Nordeste, que chegou a ultrapassar brevemente o percentual do Sudeste em meados de junho, e hoje é responsável por 32% dos casos do país.
Olhando agora para os óbitos, o panorama observado é bastante similar, com uma predominância ainda mais elevada do Sudeste: 45% dos óbitos do país seguem estando localizados nessa região. O Nordeste é novamente o segundo colocado, atualmente com 31% das fatalidades. Dentre as demais regiões, um fator que chama a atenção é o crescimento da participação das regiões Sul e Centro-Oeste nos números do país durante as últimas semanas: enquanto as regiões juntas somavam apenas 3,2% dos óbitos do país no começo do mês passado, hoje elas já são responsáveis por mais do que 10,6% deles.
A análise realizada nos force um panorama geral de como a disseminação da COVID-19 ocorreu e vem ocorrendo no Brasil. De forma geral, o cenário observado indica que a pandemia iniciou-se no Sudeste brasileiro, região que permanece sendo até hoje mais afetada do país juntamente do Nordeste. O cenário das últimas semanas, entretanto, apontam para um crescimento da participação do Centro-Oeste e do Sul do país, indicando que, apesar da crise ter sido mais leve nessas regiões, os surtos locais ainda não estão sob controle.