Produção de Vacinas Contra a Coivd-19

No post de hoje, vamos dar seguimento a análise a respeito do desenvolvimento das vacinas contra a COVID-19. Enquanto no post anterior abordamos o status de cada candidata e quais delas estão em teste no Brasil, neste post vamos analisar as vacinas sob o ponto de vista produtivo.

O processo de produção de vacinas não é trivial: além de envolver diversas etapas de testes prévios (para garantir que o uso em humanos é seguro), a etapa de efetivamente manufaturar e distribuir esses espécimes também é bastante complexa, pois é necessário não só que haja matéria-prima suficiente para a sua manufatura, mas que também haja capacidade e estrutura de armazenamento. Em particular, esse panorama se torna ainda mais complexo frente a uma epidemia em andamento, sendo necessário que o maior número de doses possível seja distribuído no menor tempo possível. Atualmente, para vacinar a população adulta em todo mundo, são necessárias 4.4 bilhões de doses anuais. Na imagem abaixo, temos as doses previstas para os próximos meses de diversos distribuidores de vacinas:

Além da questão da produção das vacinas em si, existe também uma problemática frente ao processo de distribuição e aplicação de vacinas. Em termos de armazenamento, a estrutura complexa de algumas vacinas exige que elas sejam submetidas a condições de armazenamento bastante específicas, em temperaturas bastante baixas e que, em geral, não são encontradas em clínicas ou postos de saúde públicos. Já em termos de aplicação das vacinas, existe ainda a preocupação quanto a quantidade de material necessário para atender toda a população, como agulhas, seringas e outros EPIs. No Brasil, por exemplo, estima-se que a imunização contra a COVID-19 irá exigir ao menos 300 milhões de seringas em um período de três ou quatro meses, sendo que são necessários 5 meses para produzir 50 milhões de seringas em território nacional.

Além de todas essas considerações, existe ainda um problema adicional relacionado a questão ética da distribuição das vacinas. Visto que, por questões logísticas e produtivas, não há como vacinas toda a população ao mesmo tempo, nos deparamos com a questão como definimos quem deve receber a vacina primeiro. Uma das propostas já existentes no Brasil de como definir essa prioridade é por meio de um projeto de lei, que propõe que a ordem de prioridade seja de acordo com o demonstrado abaixo:

prioridade.png

Todas essas questões ligadas a parte de produção e distribuição de vacinas vêm sendo discutidas entre governos e empresas do mundo inteiro, que estão formando parcerias e comitês específicos para analisar essas problemáticas. Apesar de nem todas possuírem definição até o momento atual, elas já estão em análise e discussão, na expectativa de que elas já possam estar resolvidas quando for iniciada a fase de produção em larga escala das vacinas.


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