Novos Casos de COVID-19
No post de ontem, mostramos que, de forma geral, os países ocidentais ainda estão longe de conseguir conter a epidemia. Hoje queremos aprofundar um pouco mais nessas análise e entender qual vem sendo a tendência de cada um desses países nos últimos dias: eles estão aumentando cada vez mais o número de novos casos ou estão iniciando uma freada no crescimento exponencial, ainda que de forma lenta?
Para isso, trouxemos uma visualização do número de novos casos e óbitos de cada país nos últimos dias. Na imagem 1, temos essa visão para o número de casos, e o grande destaque negativo fica para os EUA: além de ser disparadamente o país com o maior número de casos novos por dia, com o triplo do segundo colocado, o país seguiu uma tendência ascendente muito rápida nas últimas semanas, tendo uma leve queda apenas nos últimos dias.
Na imagem 2, temos essa mesma visão, porém sem incluir os EUA, de forma a podermos observar melhor a situação nos demais países. Coreia do Sul e China foram incluídas na figura como referência, e observa-se claramente que elas estão em um nível muito mais baixo que qualquer um dos demais. O destaque dentre os ocidentais fica por conta de Itália e Espanha que, apesar de estarem com números altos de novos casos, estão seguindo uma tendência de decréscimo dessa quantidade nos últimos dias. Reino Unido, por sua vez, está mais oscilante, enquanto Brasil está atualmente em um patamar mais baixo do que os demais, mas aparenta estar iniciando uma leve subida.
Já na imagem 3 temos essa mesma visualização, mas para o número de óbitos. O padrão das duas é bem similar: EUA está acima dos demais e com uma tendência crescente até o dia 4, quando a curva começa a oscilar um pouco. Itália e Espanha estão ambas com uma tendência de decréscimo na última semana, enquanto o Brasil está estável em um nível mais baixo, com um leve crescimento nos últimos dias. Reino Unido, por sua vez, também segue com uma tendência mais errática nessa figura.
Explorando a relação entre os novos casos e os novos óbitos usando as séries temporais completas (desde o 1º dia de caso), encontramos correlações fortes para os países ocidentais: todos eles apresentam uma correlação acima de 93% entre essas variáveis. Para os países orientais, a relação já é um pouco mais fraca: 72% para a China e apenas 25% para a Coreia do Sul. Essa diferença pode ser observada na figura abaixo, onde vemos a comparação entre Espanha e Coreia do Sul.
Assim, essas visualizações indicam que, apesar de os países ocidentais ainda terem um longo caminho até alcançarem os níveis de China e Coreia do Sul, alguns deles - Itália e Espanha - têm demonstrado tendência de queda do crescimento de casos, indicando que podem estar no início do seu processo de contenção da epidemia. Os demais, por outro lado, ainda estão com padrões não tão bem estabelecidos, sendo mais difícil determinar com precisão qual o rumo que eles devem tomar nos próximos dias.