7 meses de pandemia no Brasil: situação atual e perspectivas futuras
No post de hoje, vamos analisar qual a atual situação do Brasil na pandemia de COVID-19. Após 7 meses de pandemia, 4.7 milhões de casos e 140 mil óbitos pela doença, a situação brasileira tem finalmente apresentado sinais de queda e de estabilidade na última semana, com alguns grupos até realizando previsões mais positivas, estimando o fim da pandemia em um futuro próximo. Assim, nosso objetivo hoje é entender em detalhes o atual panorama do país, buscando explorar também qual a perspectiva da epidemia local para as próximas semanas.
Nas últimas três semanas, o número total de casos registrados caiu consideravelmente. Após registrar entre 320 mil e 260 mil casos por semana entre as semanas 30 (19/jul a 25/jul) e 36 (30/ago a 05/set) do ano, o país registrou seu mínimo de casos semanais desde meados de junho nessa última semana, com uma redução de 40% em relação ao pico de casos. Em termos dos óbitos, a redução também foi de quase 40% e voltou ao mesmo patamar registrado em maio, de forma mais gradual e menos acentuada.
Apesar da redução dos números semanais, o patamar de novos casos continua em um patamar bastante elevado. Segundo o boletim semanal do Infogripe (Fiocruz), todas as regiões brasileiras seguem na zona de risco, com atividade de SRAG e de COVID-19 muito elevada. Algumas cidades, inclusive, estão voltando a apresentar uma situação preocupante, como é o caso do Rio de Janeiro, que está apresentando uma taxa crítica de ocupação de leitos de UTI, e Manaus, que está vivendo uma segunda onda de casos da COVID-19 e que está inclusive considerando adotar a estratégia de lockdown para conter o aumento de casos.
Analisando o panorama geral do país, entretanto, as análises para as diferentes regiões indicam uma situação favorável para um futuro próximo. Analisando os dados do Infogripe, observamos que na maioria dos estados (15 de 27) de todas as macrorregiões de saúde estão com uma probabilidade de queda no número de casos para as próximas 6 semanas.
Um dos possíveis fatores que pode estar influenciando na tendência de estabilização e queda de casos é a sazonalidade da COVID-19. Sendo uma doença respiratória similar à gripe, acredita-se que ela deva seguir um padrão sazonal similar ao vírus da influenza, tendo picos de casos no inverno e apresentando uma atividade bem mais reduzida no verão. Recentemente, foi divulgado um estudo preliminar da UFF indicando que a sazonalidade teve um impacto considerável na redução de casos no hemisfério Norte, de forma que é esperado que o Hemisfério Sul siga um comportamento similar durante a sua temporada de verão. Dessa forma, é esperado que o hemisfério apresente uma redução de casos a partir de outubro, coincidindo com o período de queda atualmente previsto pela Fiocruz.
Assim, os dados analisados indicam que o Brasil está passando por um momento de queda no último mês e deve seguir essa tendência na maioria das regiões ao longo das próximas semanas. Atualmente, o nível de atividade viral no país segue bastante elevado em todos os estados, de forma que as quedas registradas ainda não foram suficientes para garantir uma situação segura. Entretanto, com a manutenção dessa tendência de queda e com a chegada de temperaturas mais elevadas, é esperado que a disseminação da COVID-19 tenha uma queda mais efetiva, permitindo um retorno a normalidade de forma mais tranquila e estável.