Covid-19 e a Desigualdade Social

No post de hoje, vamos explorar um pouco sobre como o #coronavirus está afetando diferentes grupos sociais no nosso país. Apesar da doença ter chegado no país por meio de viajantes que retornaram do exterior, muitas organizações sociais vêm alertando sobre o risco que a doença oferece para as populações mais pobres. Temos como realidade uma parcela da sociedade vivendo em condições precárias, em locais de muita aglomeração (como as favelas), sem acesso a sistemas de saneamento básico adequados, o que torna esse grupo muito vulnerável ao COVID-19.

Para analisar como está atualmente esse cenário no país, trouxemos dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo de como o vírus está se disseminado pela cidade, sendo que analisamos as regiões mais afetadas, tanto em número de casos quanto de óbitos. Além disso, cruzamos essa informação com dados demográficos e socioeconômicos das subprefeituras e dos distritos de São Paulo, para entender quais as condições de vida que encontramos nesses locais. O resultado pode ser visto no infográfico ao lado.

Nesse infográfico, podemos observar que existem diferenças significativas entre a disseminação da epidemia entre as diferentes regiões da cidade, principalmente quando consideramos o número de óbitos em relação ao número de casos. Morumbi e Brasilândia são os dois exemplos dessa realidade contrastante:

enquanto o primeiro bairro é uma zona nobre da cidade e lidera em número de casos, o segundo tem ⅓ do total de casos mas quase 8x mais mortes.

Da mesma forma, quando olhamos para subprefeituras, observamos que as maiores taxas de mortalidade são encontradas em regiões com IDH mais baixo, onde a renda média do chefe familiar é menor e onde existem menos leitos hospitalares.

Assim, esses dados reforçam o panorama observado no infográfico, e corroboram os alertas de diversas autoridades da saúde sobre  o risco da ‘periferização’ da doença. Vale ressaltar também que desde o último boletim oficial da SMS sobre a situação dos distritos, houve (ao longo de uma semana) um aumento dos óbitos de 45% nos 20 distritos mais pobres da capital contra 36% nos 20 distritos mais ricos, de tal forma que o panorama atual deve ser ainda mais desigual do que o reportado no dia 17 de abril.

Esse cenário torna ainda mais essencial que as medidas de prevenção e de contenção do COVID-19 sejam mantidas ou até ampliadas nas regiões de maior risco, para, assim, diminuirmos o perigo excessivo a qual esses grupos sociais estão submetidos.


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