Situação dos Profissionais da Saúde no Brasil
Lembram do post de ontem, onde exploramos a situação das UTIs destinadas ao combate do Covid-19 para identificar quais eram as regiões mais críticas do país? Hoje vamos seguir nessa mesma linha, mas explorando o número de profissionais da saúde que já foram afastados em cada estado desde o começo do #coronavirus. Os afastamentos podem ocorrer por motivos diferentes: por caso confirmado, por suspeita ou simplesmente pelo fato do profissional pertencer a algum dos grupos de risco da doença. Independente da causa, o fato é que esses profissionais são a linha de frente no combate ao coronavírus e que o afastamento de qualquer um deles já representa uma perda significativa para o nosso sistema de saúde.
Diante desse contexto, abaixo temos uma visualização do número de profissionais da saúde que foram afastados das suas funções desde o começo da epidemia do coronavírus.
Apenas em São Paulo, já são quase 4000, enquanto que no Rio de Janeiro o número já chega próximo dos 2000. Em algumas regiões, o panorama é ainda mais grave: no Pará, 42% dos casos confirmados de Covid-19 são de profissionais da saúde, enquanto no Rio Grande do Norte esse índice chega a 33%.
Em diversas partes do país, os números são inflacionados pois diversos funcionários que estão sendo afastados não devido à contaminação pelo vírus, mas por fazerem parte do grupo de risco, sendo que em alguns estados, como por exemplo na Bahia e no Mato Grosso, esses afastamentos chegaram a ser determinados por de decisões judiciais. No Acre, 95% dos trabalhadores que deixaram suas funções o fizeram por pertencer a grupos de risco. Em Passo Fundo, no interior do RS, os afastamentos chegam a representar 17% do total de profissionais da cidade - e destes, 97% foram afastados por pertencerem a um grupo de risco.
Para lidar com essa situação, as Secretarias Estaduais da Saúde estão tomando diversas providências para aumentar o número de profissionais ativos, desde o remanejamento de setores e alterações de escalas até a contratação emergencial de novos trabalhadores. Em muitas cidades, as férias foram suspensas e os hospitais realizaram a abertura de cadastro para profissionais voluntários. Outra medida que vem sendo tomada nesse sentido é a compra de novos equipamentos de proteção: o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) já recebeu quase 3000 denúncias de falta de EPIs em todo o país. A falta de proteção adequada coloca a vida dos profissionais da saúde em risco e aumenta a chance de contaminação, de forma que o uso destes equipamento é essencial para diminuir os índices de afastamento.
No meio de uma crise sanitária, os profissionais da saúde são figuras essenciais para que possamos lidar e conter a epidemia da forma mais rápida e segura possível. Assim, é fundamental que a vida e o bem-estar desses profissionais sejam preservados, para que eles estejam aptos a exercer suas funções e possam ajudar os doentes a se recuperarem, evitando o colapso do nosso sistema de saúde.