Analisando A DISSEMINAÇÃO DO Covid-19 no nas Capitais Brasileiras

No post de hoje, vamos abordar como as diferentes capitais do país estão sendo afetadas pela crise do #coronavirus. Como já mencionamos em outros posts, existem regiões do Brasil que estão sendo mais afetadas pela crise do que outras. Por exemplo, enquanto no Sudeste encontramos a maior concentração do vírus, com quase 30% dos casos de todo país estando localizados em São Paulo, nas regiões Norte e Nordeste temos alguns focos de sobrecarga de sistema de saúde, como no Ceará e no Amazonas. Entretanto, independente da região, as grande cidades ainda concentram a maioria dos casos no país, de forma que as capitais tendem a possuir os maiores números dentro de seus respectivos estados.

Abaixo, trouxemos uma comparação entre a situação das 27 capitais brasileiras, tanto em termos de casos quanto em termos de óbitos. Para isso, vamos analisar a situação de duas perspectivas diferentes, uma sob o ponto de vista dos valores brutos e a outra levando em consideração o tamanho da população de cada cidade - ou seja, calculando a incidência de casos na região. Quando olhamos para essas visões, notamos que a relação entre as duas perspectiva não é tão clara: São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, tem valores brutos muito elevados, mas não estão entre as capitais com maior incidência de casos.Fortaleza, por sua vez, não possui nem metade dos casos de São Paulo, mas ainda assim ocupa a primeira posição no ranking de casos e de óbitos por 100 mil habitantes.

Casos:

casos-2.png

Óbitos:

obitos-2.png

Por outro lado, quando comparamos o total de casos e de óbitos por 100 mil habitantes, como é possível observar na imagem abaixo, temos uma situação um pouco mais clara, na qual encontramos uma relação de 86% entre elas:

Casos vs. Óbitos:

casosVSobitos.png

Como podemos ver no gráfico, as primeiras posições são as mesma em ambos os rankings - com exceção de Manaus, cuja taxa de óbitos é exageradamente elevada, refletindo a triste realidade da crise não só sanitária mas também funerária que a cidade vem enfrentando. Além disso, é interessante observar que as principais cidades desse ranking já estão começando a adotar providências mais sérias contra a doença: tanto São Luís quanto Fortaleza entraram no regime de Lockdown recentemente, buscando conter o avanço dos casos e dos óbitos.

Além do cenário já preocupante observado nas cidades que lideram os rankings de casos e de óbitos por 100 mil habitantes, um outro dado aumenta ainda mais a gravidade desta situação: as três cidades que ocupam as primeiras posições dos rankings de incidência de casos e de óbitos, sendo elas Fortaleza, São Luís e Manaus (representadas pelos círculos do gráfico abaixo), são as mesmas que ocupam as primeiras posições no ranking de maior número de habitantes para cada 1 médico disponível no SUS (representado pelo tamanho do círculo no gráfico abaixo). Quando analisamos o ranking de habitantes por médico disponível de forma geral (SUS + privado), temos São Luís e Manaus também ocupando as primeiras posições, sendo Fortaleza a exceção.

Em Macapá, cidade que representa o maior círculo dos gráficos e uma das com maior incidência de casos, chegamos a ter 800 pacientes para cada médico no geral e 870 para cada médico do SUS. Em contrapartida, Belo Horizonte e Porto Alegre, os menores círculos do gráfico de habitantes/médico e habitantes/médico do SUS, respectivamente, alcançam a marca de 151 e 213 habitantes para cada médico.

Habitantes por médico disponível - SUS:

habpormedicoSUSsemlog.png

Habitantes por médico disponível - Geral:

habpormedicosemlog.png

O comparativo dessas visões nos permite identificar com clareza quais as capitais do Brasil que estão sendo mais afetadas pelo Covid-19. Nos locais foco da doença, a adoção de medidas mais rígidas já está se mostrando necessária, tendo em vista sua disseminação, a elevada ocupação dos leitos de UTI dos hospitais e até mesmo a falta de médicos para atender os pacientes da região, um problema histórico que é agravado durante a pandemia.

A severidade da situação nessas regiões indica que, mesmo nos estados onde a disseminação da epidemia permanece mais estável, o controle deve ser mantido: apesar do distanciamento social estar sendo suficiente até o momento, a doença ainda não atingiu seu pico no país, e realizar qualquer medida de reabertura do comércio e de outros locais sem tomar os devidos cuidados, pode favorecer o crescimento do Coronavírus na região.


Guest UserComment