COVID-19 NO MUNDO: DADOS BRUTOS vs. TAXAS

No post de hoje, vamos explorar em detalhes como o #coronavirus está afetando diferentes países do mundo. Para isso, vamos analisar as três principais métricas que vem sendo utilizadas para descrever a pandemia - o total de casos, de óbitos e de testes - em duas visões diferentes: tanto olhando para os número brutos quanto analisando a incidência do vírus de acordo com a população de cada país.

Iniciaremos nossa análise pelo número de casos, sendo que na imagem abaixo temos uma comparação do total de casos em alguns dos países com mais casos no mundo vs. o número de casos por milhão de habitantes desses mesmos locais.

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É fácil perceber nessa visualização que essas duas medidas não estão diretamente relacionadas: os EUA, o país de longe o com mais casos no mundo, não está nem no top 5 de países com mais casos por milhão - em grande parte porque os EUA são o 3º país mais populoso do mundo, atrás apenas da China e da Índia. Em contrapartida, vários países com um número de casos consideravelmente menor estão com uma incidência muito alta devido ao tamanho de sua população, como é o caso da Islândia e de Luxemburgo, que chegam a ter 0.5% da sua população infectada, ou mesmo da Espanha, que possui um pouco menos do que 0.3% de infectados.

Sob essa ótica, vamos analisar agora a relação de total de óbitos vs. óbitos a cada 1 milhão de habitantes, tendo os mesmos países mostrados anteriormente. Novamente, as duas visões não estão diretamente relacionadas: enquanto EUA possui o maior número total de óbitos, a proporção de mortes por 1 milhão de habitantes é consideravelmente baixa. Por sua vez, o inverso ocorre na Bélgica, que chega a ter 13% de taxa de mortalidade dentre os casos de Covid-19. Itália e Espanha, por sua vez, já apresentam um cenário mais semelhante entre as duas métricas: ambos países ocupam as primeiras posições nos dois rankings, com taxas de óbitos de 13% e 11%, respectivamente.

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Por fim, trazemos essa comparação para o número de testes. Nessa visualização, um dos pontos que se destaca é a semelhança entre os registros sobre número de testes com total de casos: enquanto os EUA lideram em totais de testes e número de casos por uma boa margem, Islândia e Luxemburgo novamente se destacam quando olhamos a taxa por 1 milhão de pessoas. Enquanto o último aplicou testes em 5.5% da população, a Islândia alcançou a incrível marca de 11% de sua população testada, um percentual mais de 10x maior que o dos EUA, que já realizaram mais de 3 milhões de testes.

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Assim, o conjunto dessas imagens nos permite avaliar qual a importância de se analisar os dados sob mais de uma perspectiva. Geralmente, os dados brutos são mais divulgados, por serem mais fácil de compreender e porque um número alto de infectados em um país tende a indicar que ele esteja passando por uma situação de maior dificuldade. Em contrapartida, apesar de serem menos comuns, as taxas são uma ferramenta mais útil na hora de comparar países e regiões diferentes. Ao analisarmos a incidência de Covid-19 levando em consideração o tamanho das populações afetadas, visualizamos claramente o quão disseminado o vírus está dentro de cada uma delas e também o quanto cada Sistema de Saúde está sendo exigido. Dessa forma, essa visão nos ajuda a identificar as semelhanças e as diferenças de situações enfrentadas pelos diversos países e nos permite traçar estratégias de combate adequadas e adaptadas para a realidade de cada um deles.


Referências:

https://www.worldometers.info/coronavirus/

https://www.worldometers.info/population/

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