No post de hoje, vamos analisar os dados da COVID-19 no Brasil a nível municipal, estadual e nacional. Desde o começo da pandemia, o controle dos números da COVID-19 vem sendo realizado por cada município, por meio da sua respectiva Secretaria Municipal de Saúde. Após esses dados serem coletados pelas SMS, eles são agregados e enviados para a Secretaria Estadual de Saúde que, por sua vez, reúne os números de todos os municípios do estado e os envia para o Ministério da Saúde, que os consolida e então publica as atualizações referente ao país inteiro.
Por conta desse processo ser feitos em várias etapas e pelo fato do Brasil ter mais de 5.500 municípios, muitas vezes existe um atraso na publicação dos dados ou mesmo uma perda da informação. Apesar da tentativa de construir um sistema mais unificado de registros, ainda não há uma forma padronizada de publicação dos dados pelos municípios e pelos estados, de tal maneira que as publicações do MS não correspondem exatamente aos números que observamos na SES e que, da mesma forma, os dados das SES não são iguais aos números das SMS.
Diante desse contexto, vamos analisar qual o tamanho da divergência existente entre os diferentes níveis de coleta de dados brasileiros. Entre as SES e o MS, a diferença é extremamente pequena: 99,9% de todos os casos e 99,86% de todos os óbitos registrados nas SES estão registrados no MS. A maior divergência encontrada nos estados é de 2%, presente nos óbitos registrados em Goiás. Essa proximidade dos dados das SES e do MS representa uma grande melhora nos sistemas brasileiros, que por vezes chegou a apresentar diferenças de mais de 10%.
Já ao compararmos os dados das SES com os das SMS, observamos alguns gargalos. Essa é uma análise bem mais complicada de ser feita, visto que são muitos municípios e que nem todos divulgam os números de forma consistente e estruturada, em particular os municípios pequenos. Assim, a melhor estimativa das divergências que temos vem de um levantamento realizado pelo grupo CoronavirusBra1, que nos últimos 2 meses vem comparando os dados registrados por algumas das SES com os das SMS de parte dos municípios do estado, para obter uma estimativa do número mínimo de registros faltantes nos sistemas estaduais. Os resultados podem ser observados nas imagens abaixo.