O efeito dos Finais de Semana no número de casos reportados no Brasil de Covid-19

No post de hoje, vamos explorar uma questão que vem afetando os dados do Brasil quanto ao #coronavirus: a dificuldade de manter constante a notificação de casos durante o final de semana. Nos últimos meses, foi observado um padrão sazonal na divulgação dos dados de casos do novo coronavírus, realizada diariamente pelo Ministério da Saúde. De forma geral, o número de novos casos reportados tende a ser menor no começo da semana, entre domingo e terça-feira. Nas últimas duas semanas, por exemplo, os menores números de casos em um único dia foram registrados em 11/mai (com 5,632 casos) e 17/mai (com 7,938 casos) - uma segunda-feira e um domingo, respectivamente.

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As segundas-feiras, em particular, têm se mostrado o dia mais crítico. Se somarmos todos os casos novos divulgados em cada dia da semana nos últimos meses, em 20 das 27 unidades federativas do país, o dia da semana com o menor número total de novas notificações é a segunda-feira (dentre as 7 restantes, 4 apresentam esse mínimo no domingo e 3 na terça-feira). No Rio Grande do Sul, estado que apresenta a maior diferença entre os dias da semana, observamos um pico de divulgação nas quartas-feiras com 1,720 casos ao todo, 6x mais do que os apenas 279 reportados as segundas. Quando olhamos para esse cenário no agregado do país, observamos um panorama similar: a segunda soma ao todo 34,8 mil notificações, quase 28 mil notificações a menos que o primeiro lugar - a sexta-feira, com 62,7 mil casos.

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Essa diferença ocorre devido a forma como as notificações estão sendo repassadas no Brasil. As divulgações do Ministério da Saúde são feitas baseadas nos dados que são enviados pelas Secretarias Estaduais de Saúde que, por sua vez, fazem um compilado das informações obtidas em cada município que, por fim, precisam reunir os dados obtidos nos diferentes laboratórios e hospitais. Assim, os dados são muito dependentes do processo que é realizado em cada cidade, e muitos desses locais acabam tendo uma força de trabalho reduzida durante os finais de semana. Dessa forma, muitos dos dados gerados nos finais de semana tem seu repasse atrasado, ficando retidos e sendo repassados apenas mais para o meio da semana. Por conta disso, é necessário levar esse efeito em consideração na hora de realizar a análise dos dados da epidemia no país.


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Previsões 26-30 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 25/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 370 mil casos. Tivemos 374,898 casos registrados, um aumento de 3% em relação ao dia anterior;

  • 26/05: previsão de termos entre 387 mil e 402 mil casos no país (um aumento de 3% a 7% comparado com 25/05);

  • 30/05: previsão de ao menos 440 mil casos (aumento de 17% comparado com 25/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 83 mil casos, tendo chegado hoje a 83,625 casos;

  • Ceará, primeiro estado da região Nordeste e terceiro do país em número de casos, chegou hoje a 36,185 casos;

  • Pernambuco, o segundo colocado da região e quinto do país, está atualmente com 28,366 casos. A região Nordeste é a segunda em número de casos no país.

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Previsões 25-29 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 24/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 360 mil casos. Tivemos 363.211 casos registrados, um aumento de 5% em relação ao dia anterior;

  • 25/05: previsão de termos entre 375 mil e 390 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 24/05);

  • 29/05: previsão de ao menos 430 mil casos (aumento de 18% comparado com 24/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 82 mil casos, tendo chegado hoje a 82.161 casos;

  • Distrito Federal, primeiro estado da região Centro-Oeste em número de casos, chegou hoje a 6.638 casos;

  • Goiás, o segundo colocado da região, está atualmente com 2.443 casos. A região Centro-Oeste é a última em número de casos no país.

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Previsões 24-28 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 23/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 340 mil casos. Tivemos 347.398 casos registrados, um aumento de 5% em relação ao dia anterior;

  • 24/05: previsão de termos entre 359 mil e 374 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 23/05);

  • 28/05: previsão de ao menos 410 mil casos (aumento de 18% comparado com 23/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 80 mil casos, tendo chegado hoje a 80.558 casos;

  • Rio de Janeiro, segundo estado da região Sudeste e terceiro do país em número de casos, chegou hoje a 34.533 casos;

  • Espírito Santo, o terceiro colocado da região, está atualmente com 9.918 casos. A região Sudeste é a primeira em número de casos no país.


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Previsões 23-27 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 22/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 330 mil casos. Tivemos 330.890 casos registrados, um aumento de 7% em relação ao dia anterior;

  • 23/05: previsão de termos entre 342 mil e 356 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 22/05);

  • 27/05: previsão de ao menos 391 mil casos (aumento de 18% comparado com 22/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 73 mil casos, tendo chegado hoje a 73.739 casos;

  • Amazonas, primeiro estado da região Norte e quarto do país em número de casos, chegou hoje a 27.038 casos;

  • Pará, o segundo colocado da região e sexto do país, está atualmente com 21.469 casos. A região Norte é a terceira em número de casos no país.

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Monitorando a situação do Coronavírus em cidades do Brasil

Após duas análises focando na cidade de Porto Alegre (distanciamento social e previsões), onde foi possível entender como o simulador do modelo SEIR pode ajudar a monitorar a situação da progressão do COVID-19 no Brasil, hoje será apresentada uma breve análise de 3 outras cidades brasileiras, ambas em situações bastante distintas em relação a propagação do vírus.

  • Curitiba:

A capital paranaense possui uma população de 1.933.105 habitantes e, atualmente, conta com 196 leitos de UTI para tratar pacientes com COVID-19. Até o dia 20/05 havia detectado 902 casos, sendo que 658 já estavam recuperados e 34 vieram a óbito.

Semelhante a Porto Alegre, Curitiba começou frear o crescimento exponencial do vírus no início dos primeiros casos na cidade, sendo que, no momento, possui um cenário de estabilidade na quantidade de internados em UTI.

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Na primeira imagem observamos o crescimento de casos totais em escala logarítmica, onde notamos o início do freamento do crescimento exponencial dos casos em torno do dia 20 de março. Na segunda imagem, representando os casos internados em UTI e confirmados com COVID-19, é possível ver que o fim do crescimento exponencial de internados acontece próximo ao dia 8 de abril, analisando-se a curva azul fraca com os dados reais da cidade.

Ainda na segunda imagem, podemos ver a progressão do COVID-19 em UTIs, projetada pelo simulador SEIR, para as seguintes situações:

  • Cenário atual (curva vermelha), no qual projetamos um lento decrescimento de casos de internados em UTI ao longo do ano;

  • Cenário sem a adoção de medidas de distanciamento social - caso no qual se o crescimento exponencial não tivesse sido freado (curva azul forte), o sistema de saúde já estaria colapsado;

  • Cenário onde a eficácia das medidas de distanciamento social seja reduzida pela metade (reta roxa) ou exista o fim de sua adoção (reta verde), no qual também teremos o colapso do sistema de saúde.

  • São Luís

São Luís, capital do Maranhão, é um dos focos de propagação do Coronavírus pelo país. Com 958.545 habitantes, até 21/05 a cidade registrou 6.685 casos confirmados de COVID-19 e 463 óbitos, cerca de 14x mais óbitos do que Curitiba. A cidade atualmente disponibiliza 225 leitos de UTI para tratar pacientes com COVID-19, número que pode ser incrementado progressivamente, mas também possui 213 internados nesses leitos.

Com o objetivo de reduzir ao máximo a quantidade de contaminações, a cidade teve o bloqueio total (lockdown) da população decretado a partir de 5 de maio com duração até 18 de maio. Diferente de Curitiba, São Luís teve muita dificuldade para conter a propagação exponencial do COVID-19 no início do registro de casos e não foi capaz de estabilizar a quantidade de internados em UTI, que cresceu de forma linear durante o período de bloqueio total.

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Apesar da dificuldade de conter a propagação do vírus, podemos ver a diferença entre o cenário de crescimento exponencial e o atual utilizando o modelo SEIR. Conforme observamos na primeira imagem, onde vemos o crescimento da quantidade de mortos, a curva azul forte representa o crescimento exponencial inicial. Se esse crescimento não fosse freado, São Luís teria alcançado a marca de 400 mortos há 15 dias e hoje já teria mais de mil mortos.

Na segunda imagem vemos a progressão de internados em UTI. No modelo SEIR, supomos que em uma situação efetiva o bloqueio total poderia reduzir 95% das transmissões do COVID-19 durante o período de decreto, mas sabemos que os efeitos não são imediatos, já que há o período de incubação do vírus, o período de progressão da doença para casos graves e ainda o intervalo de tempo até o infectado ser detectado e o resultado do seu teste ser confirmado. Contudo, ainda segundo o modelo (curva vermelha), já deveríamos ver o início decrescimento dos casos de UTI, o que ainda não acontece na vida real (curva azul fraca). 

Como o bloqueio total foi de apenas 13 dias e já foi finalizado, se as taxas de propagação do vírus voltarem às mesmas de antes da adoção da medida, apenas teríamos atrasado em cerca de um mês a lotação dos leitos atuais de UTI, sendo que na curva laranja podemos observar que se o lockdown fosse mais longo os casos de UTI iriam regredir lentamente durante o ano.  

  • Passo Fundo

Passo Fundo é uma cidade com 203.275 habitantes no norte do Rio Grande do Sul que se tornou um dos focos da doença no estado após um surto de coronavírus em um frigorífico da JBS em torno de 20 de abril. Desde o surto até o dia 21/05 a cidade registrou em seu boletim epidemiológico cerca 486 casos de coronavírus, sendo 229 recuperados, 34 óbitos, 24 internados em UTI e chegou a ter 83% de todas as UTIs ocupadas no início de maio.

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A situação da progressão do COVID-19 devido ao surto em Passo Fundo serve de alerta para outras cidades de interior, sendo que o Rio Grande do Sul já registrou 41 surtos em indústrias e locais fechados (https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/05/20/chega-a-41-o-numero-de-surtos-de-coronavirus-em-industrias-e-locais-fechados-no-rs-aponta-boletim.ghtml). Na primeira imagem acima, por meio da curva azul fraca, podemos ver que o crescimento de mortos na cidade progride de forma linear, mais lentamente do que o modelo SEIR projeta para o cenário atual (curva vermelha). Se o surto não tivesse sido localizado rapidamente pelas autoridades e o vírus tivesse se espalhado pela cidade em ritmo exponencial, Passo Fundo poderia ter mais de 150 mortos no dia de hoje. 

Na segunda imagem, vemos os mesmos cenários no sistema de UTI da cidade. Enquanto a curva de casos internados parece estar controlada e progride mais lentamente que a modelagem do SEIR do cenário atual (curva vermelha), em uma situação de crescimento exponencial (curva azul forte), Passo Fundo poderia ter mais de 160 pessoas com infecção crítica e necessitando de internação em leitos de UTI - e o sistema de saúde da cidade já teria colapsado.

Os resultados da simulação mostram como as medidas de distanciamento social reduziram o crescimento exponencial do vírus nas 3 cidades em questão, com destaque para Curitiba que vive uma situação aparentemente estável. Em São Luís, onde a situação da pandemia é mais crítica, medidas de bloqueio total foram decretadas. Já em Passo Fundo, onde o freamento do crescimento exponencial foi efetivo diante de uma resposta rápida contra o surto do vírus, vemos a fragilidade de cidades de interior diante de cenários de crescimento exponencial das infecções, onde o sistema de saúde pode colapsar rapidamente. Uma análise aprofundada sobre as medidas de distanciamento social e combate ao vírus implementadas em cada cidade pode revelar onde cada uma acertou ou falhou na contenção da propagação do COVID-19. 


  • Sobre a modelagem de dados

Conforme explicado em um post anterior, estamos utilizando o modelo SEIR (https://alhill.shinyapps.io/COVID19seir/) para estudar uma possível modelagem da progressão do COVID-19 em algumas cidades brasileiras (https://report-covid19-cappra.herokuapp.com/).







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Previsões 22-26 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 21/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 300 mil casos. Tivemos 310.087 casos registrados, um aumento de 6% em relação ao dia anterior.

  • 22/05: previsão de termos entre 321 mil e 333 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 21/05);

  • 26/05: previsão de ao menos 367 mil casos (aumento de 18% comparado com 21/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 73 mil casos, tendo chegado hoje a 73.739 casos;

  • Santa Catarina, primeiro estado da região Sul, chegou hoje a 5.610 casos;

  • Rio Grande do Sul, o segundo colocado da região, está atualmente com 5.473 casos. A região Sul é a quarta em número de casos no país.

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Investimentos Contra a Pandemia do Covid-19

No post de hoje, vamos explorar como estão os investimentos em recursos necessário para combater o #coronavirus no Brasil. Como já comentamos em outros posts, a crise de COVID-19 está exigindo muito dos sistemas de saúde de todo mundo, e são muitos os recursos que são necessários para combater a crise. Além da disponibilidade de leitos de UTI e de profissionais da saúde para o atendimento, é necessário que os países possuam respiradores para os casos graves, testes para uma boa parcela da população e EPIs para proteger os trabalhores. Na imagem abaixo, trouxemos alguns dados sobre os recursos e investimentos já realizados em cada uma dessas áreas:

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Como podemos ver, inúmeros investimentos já foram realizados para combater a COVID-19. Ao todo, o Ministério da Saúde já investiu mais de 11 bilhões de reais em ações contra a pandemia - só na última semana, entre 15/mai e 20/mai, houve um aumento de 61,2% dos leitos de UTI habilitados no país. Apesar disso, a pandemia continua em crescimento no país, de forma que, além dos investimentos financeiros, é necessário o incentivo governamental e o apoio da população às medidas de distanciamento social para que possamos conter essa crise sanitária.


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Previsões 21-25 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 20/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 290 mil casos. Tivemos 291.579 casos registrados, um aumento de 7% em relação ao dia anterior.

  • 21/05: previsão de termos entre 301 mil e 314 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 20/05);

  • 25/05: previsão de ao menos 345 mil casos (aumento de 18% comparado com 20/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 69 mil casos, tendo chegado hoje a 69.859 casos;

  • Ceará, primeiro estado da região Nordeste e segundo do país em número de casos, chegou hoje a 30.560 casos;

  • Pernambuco, o segundo colocado da região e sexto do país, está atualmente com 22.560 casos. A região Nordeste é a segunda em número de casos no país.

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O Brasil como epicentro da pandemia de COVID-19

No post de hoje, vamos explorar como está a situação atual do Brasil frente a pandemia do #coronavirus em relação a outros países do mundo. Apesar da crise ter começado na China e depois ter progredido para países como Itália e Espanha, mais recentemente os Estados Unidos assumiram a liderança isolada de casos. Nas últimas semanas, o Brasil e a Rússia também apresentaram um grande crescimento dos números, tornando-se novos focos da pandemia. Uma análise do panorama do Brasil frente a esse contexto pode ser observada o infográfico abaixo:

Como podemos observar no infográfico, o Brasil está passando pela fase mais crítica da epidemia até o momento. Com o aumento rápido de casos confirmados e de óbitos, o país assumiu no mês de maio as primeiras posições dos rankings mundiais, se tornando um dos novos epicentros da pandemia. Assim, é fundamental que todo o cuidado seja tomado por parte das autoridades e da população em relação à aplicação e ao cumprimento das medidas de contenção da pandemia, de tal forma a evitarmos que a crise no país se agrave ainda mais.

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Previsões 20-24 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 19/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 270 mil casos. Tivemos 271.628 casos registrados, um aumento de 7% em relação ao dia anterior.

  • 20/05: previsão de termos entre 281 mil e 292 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 19/05);

  • 24/05: previsão de ao menos 320 mil casos (aumento de 18% comparado com 19/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 65 mil casos, tendo chegado hoje a 65.995 casos;

  • Distrito Federal, segundo estado da região Centro-Oeste em número de casos, chegou hoje a 4.853 casos;

  • Goiás, o segundo colocado da região, está atualmente com 1.846 casos. A região Centro-Oeste é a última em número de casos no país.

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A situação das comunidades do Rio de Janeiro frente a COVID-19

Em um post anterior, falamos sobre como o Covid-19 está evidenciando as desigualdades sociais já existentes no Brasil. Apesar dos casos estarem bastante disseminados pelas diferentes regiões do país, as taxas de mortalidade estão se mostrando mais acentuadas nos locais mais periféricos das cidades. Por conta desse fato, as favelas vêm sendo algumas das comunidades que têm gerado mais preocupação no país: além dessas regiões apresentarem condições mais propícias para a disseminação do vírus, os registros de casos nesses locais estão crescendo com velocidade, indicando que elas já estão sendo fortemente atingidas pela pandemia.
Seguindo essa linha, no post de hoje vamos explorar a situação do #coronavirus nas favelas da cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, segundo as contagens de organizações que atuam em prol dessas comunidades, as favelas do Rio já somam mais de 450 casos e de 150 óbitos - juntas, as comunidades do Rio são responsáveis por 4% dos casos e 9% dos óbitos de toda a capital. Além disso, se elas formassem uma cidade do estado de Rio de Janeiro, elas já ocupariam a 6ª posição do ranking de casos e a 2ª posição no ranking de óbitos - perdendo apenas para a própria capital.

Como podemos observar, a maior parte dos casos e óbitos estão concentrados em duas comunidades, a Rocinha e a Maré. Com 102 casos (21%) e 42 óbitos (25%), a Rocinha é a líder, com a Maré somando 89 casos (18%) e 23 dos óbitos (14%). As demais favelas não chegam a alcançar as marcas de 50 casos e de 15 óbitos. Apesar disso, as maiores taxas de mortalidade são observadas em outros locais: mais da metade dos casos em Jacarezinho e na Vila Kennedy resultaram em óbitos.

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Assim como foi observado em outras regiões periféricas, são os números de óbitos e as taxas de mortalidade que trazem a maior preocupação a respeito das favelas. Enquanto a taxa de letalidade da capital está em torno de 14%, todas as comunidades reportadas ultrapassam essa marca, com o mínimo de 19% sendo observado no Vidigal. Além disso, apesar da incidência de casos não ser tão elevada nas comunidades, a de óbitos já cresce bastante:

enquanto a cidade do Rio de Janeiro apresenta 27 óbitos por 100 mil habitantes, a Rocinha apresenta uma taxa mais de duas vezes maior, com 61 óbitos por 100 mil habitantes.

Dessa forma, os dados observados reforçam o perigoso panorama que diversas organizações estão reportando quanto a situação do COVID-19 nas favelas e evidenciam que existe uma grande diferença de incidência da doença entre regiões dentro de uma mesma cidade. Em particular, os óbitos nesses locais estão bastante elevados, aumentando ainda mais a preocupação já existente em torno das condições desses grupos populacionais; Assim, esse cenário torna ainda mais essencial e urgente que as medidas de prevenção e de contenção do COVID-19 sejam aplicadas de forma efetiva nessas regiões, de forma a reduzir o risco de óbito e a garantir a segurança e a saúde das populações.


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Previsões 19-23 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronarivus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 18/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 250 mil casos. Tivemos 254.220 casos registrados, um aumento de 5% em relação ao dia anterior;

  • 19/05: previsão de termos entre  263 mil e 273 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 18/05);

  • 23/05: previsão de ao menos 300 mil casos (aumento de 18% comparado com 18/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 63 mil casos, tendo chegado hoje a 63.066 casos;

  • Rio de Janeiro, segundo estado da região Sudeste e do país em número de casos, chegou hoje a 26.665 casos.

  • Espírito Santo, o terceiro colocado da região e nono do país, está atualmente com 7.157 casos. A região Sudeste é a primeiro em número de casos no país.

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Uma Análise das Taxas de Recuperação do COVID-19

No post de hoje, vamos explorar como está a situação dos pacientes recuperados de #coronavirus no mundo. A recuperação dos infectados é um indicador importante a ser avaliado pelos países, pois indica a quantidade de pessoas que já superaram a doença e, portanto, não necessitam mais de atendimento médico e estão (a princípio e ao menos por um tempo) imunes ao Coronavírus. Ou seja, essa parcela da população já estaria apta a retornar à normalidade, com os devidos cuidados, ajudando a diminuir também a carga existente sobre o sistema de saúde.

Atualmente, o COVID-19 já alcançou quase 190 países no mundo. Dentre esses, são poucos os países com um número elevado de casos que alcançaram altas taxas de recuperação - em geral, são países que adotaram estratégias efetivas de contenção da pandemia e que já conseguiram conter o crescimento da doença.

  • Com alguns milhares de casos, destacam-se países da Oceania, da Ásia e da Europa: Islândia (99% de recuperados), Nova Zelândia (95%), Tailândia (94%), Luxemburgo (94%), Austrália (91%), Croácia (87%), Uzbequistão (82%) e Malásia (81%).

  • Na faixa das dezenas de milhares, temos países Europeus, como a Suiça (90%), Áustria (90%), a Dinamarca (85%) e a Irlanda (81%), além da Coreia do Sul, também com 90%. 

Na imagem abaixo, temos a evolução da taxa de recuperados dos países com mais casos de COVID-19 no mundo. Dentre eles, os dois grandes destaques são a China e a Alemanha - ambos adotaram estratégias rápidas e efetivas de confinamento, evitando ao máximo a disseminação da doença. Enquanto a China já está acima da faixa dos 80% de recuperados há mais de 2 meses, a Alemanha passou pela crise mais recentemente, mas já conta com 87% de recuperados.

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Além desses dois países, Irã e Turquia também estão com taxas elevadas de recuperação (na faixa dos 80% a 70%), sendo que o último teve um grande aumento nas últimas semanas, passando de 20% para 74% em menos de 1 mês. Em seguida, temos Itália e Espanha, com 56% e 63%, e logo após Brasil, Índia, França e Peru, todos entre 30% e 40%. Por último, temos EUA e Rússia, ambos líderes em número de casos e apresentando baixas taxas de recuperação, próximas de 20%. O Reino Unido, que atualmente está com menos de 1%, não vem reportando os dados de recuperados de forma consistente.

Focando na situação brasileira, é possível notar que a taxa de recuperados no país tem se mostrado estabilizada em cerca de 40% nas últimas semanas. Além disso, enquanto no panorama global o Brasil atualmente ocupa a 108ª posição entre 187 países com casos de COVID-19, dentre os que possuem mais casos ele se destaca por ter sido o único além do Peru a apresentar uma forte queda na taxa de recuperação nos últimos meses, caindo de 57% para 40%. Dessa forma, o conjunto desses fatos indica que o país ainda possui um caminho a ser percorrido até que consiga efetivamente conter a pandemia, de tal forma que as medidas de distanciamento social e de bloqueio total são necessárias para que o nosso país eleve a sua taxa de recuperados e consiga superar a crise epidemiológica.


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Previsões 18-22 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 17/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 240 mil casos. Tivemos 241.080 casos registrados, um aumento de 3% em relação ao dia anterior;

  • 18/05: previsão de termos entre  250 mil e 260 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 17/05);

  • 22/05: previsão de ao menos 285 mil casos (aumento de 18% comparado com 17/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 60 mil casos, tendo chegado hoje a 62.345 casos;

  • Amazonas, primeiro estado da região Norte e quarto do país em número de casos, chegou hoje a 20.328 casos.

  • Pará, o segundo colocado da região e sexto do país, está atualmente com 13.864 casos. A região Norte é a terceira em número de casos no país.

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Previsões 17-21 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 16/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 230 mil casos. Tivemos 233.142 casos registrados, um aumento de 8% em relação ao dia anterior;

  • 17/05: previsão de termos entre  240 mil e 250 mil casos no país (um aumento de 3% a 8% comparado com 16/05);

  • 21/05: previsão de ao menos 276 mil casos (aumento de 19% comparado com 16/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 60 mil casos, tendo chegado hoje a 61.183 casos;

  • Santa Catarina, primeiro estado da região Sul em número de casos, chegou hoje a 4.678 casos;

  • Rio Grande do Sul, o segundo colocado da região, está atualmente com 3.695 casos. A região Sul é a quarta em número de casos no país.


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Previsões 16-20 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de casos de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 15/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 215 mil casos. Tivemos 218.223 casos registrados, um aumento de 8% em relação ao dia anterior.

  • 16/05: previsão de termos entre  225 mil e 238 mil casos no país (um aumento de 3% a 9% comparado com 15/05);

  • 20/05: previsão de ao menos 259 mil casos (aumento de 19% comparado com 15/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 58 mil casos, tendo chegado hoje a 58.378 casos;

  • Ceará, primeiro estado da região Nordeste e terceiro do país em número de casos, chegou hoje a 22.490 casos;

  • Pernambuco, o segundo colocado da região e quarto do país, está atualmente com 16.209 casos. A região Nordeste é a segunda em número de casos no país.

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Uma comparação entre possíveis futuros para a cidade de Porto Alegre diante do COVID-19

Porto Alegre é uma das poucas capitais do país que está neste momento vivendo um cenário de estabilidade na progressão do COVID-19 em seu sistema de saúde. Atualmente, a cidade possui 760 casos confirmados, 455 recuperados, 21 óbitos e 36 pessoas internadas em UTI - nos últimos 7 dias, a cidade manteve uma média de 40 pessoas infectadas com o vírus mantidas em internação nos leitos de UTI. Além disso, a capital apresenta cerca de 1,5 óbitos a cada 100 mil habitantes, uma das menores taxas de mortalidade do Brasil (estudo completo aqui).

No post anterior, analisamos a relação entre esse cenário estável e a efetividade das medidas de distanciamento social aplicadas em Porto Alegre e vimos que, inicialmente, o crescimento do COVID-19 era exponencial, mas desacelerou após um período de aplicação das medidas. Tendo em vista esse panorama, o governo estadual e a gestão municipal estão atualmente estudando novas medidas para reabrir a economia, aliviando de forma gradual o distanciamento social na cidade.

Seguindo essa mesma linha, no post de hoje vamos explorar quatro cenários diferentes para a progressão de casos em Porto Alegre nas próximas semanas, sendo eles: sem alterações nas políticas de prevenção, com o fim do distanciamento social, com a redução do distanciamento social e, por fim, com o bloqueio total da cidade (lockdown).

  • Cenário 0: Situação Atual - sem alterações:

Se nada for alterado nas políticas de contenção do vírus na cidade, a projeção para as próximas semanas é que a quantidade de internados em UTI decresça. Mesmo com esse decrescimento, nosso modelo de previsão projeta que até o fim do ano ainda teremos pessoas com COVID-19 necessitando internação em leitos de UTI. A projeção atual para as UTIs, feita através do modelo SEIR parametrizado para Porto Alegre, pode ser visualizada abaixo, onde a curva vermelha é o cenário atual, a curva azul escuro é o cenário caso não houvesse ocorrido distanciamento social, a curva azul fraca são os dados reais de internados em UTI e a reta rosa são os leitos de UTI disponíveis atualmente para COVID-19.

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  •  Cenário 1: Fim do distanciamento social:

O fim do distanciamento social, no contexto das simulações do modelo SEIR, significa que o cenário inicial de crescimento exponencial do vírus iria retornar para a cidade. Nesse cenário, em 20 dias haveria a lotação dos leitos atuais que estão disponíveis para COVID-19 e cerca de 2 meses depois da lotação atingiríamos o auge da pandemia em Porto Alegre, com 30 mil pessoas necessitando internação hospitalar e 8 mil pessoas necessitando de internação em leitos de UTI. Ao fim do ano, 5 mil pessoas teriam morrido na cidade.

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Na primeira imagem acima, podemos comparar a progressão atual do vírus nas UTIs de Porto Alegre (em vermelho) com a progressão com o fim do distanciamento social (em verde). Enquanto no cenário atual a curva tende a decrescer devido ao distanciamento social, com o fim dele, a curva volta a crescer exponencialmente, ultrapassando inclusive a quantidade de leito de UTI disponíveis (em rosa).Já na segunda imagem, vemos o crescimento da curva de infecções graves (pessoas que necessitam de internação hospitalar) e infecções críticas (pessoas que necessitam de internação em UTI) no cenário onde ocorre o fim do distanciamento.

  • Cenário 2: Redução do distanciamento social pela metade:

Uma redução de 50% do distanciamento social significa que 50% das pessoas que estavam isoladas do vírus agora podem ser contaminadas. No modelo isso também significa uma taxa de infecção 2x maior do que a situação atual do distanciamento social. 

Conforme a primeira imagem abaixo, vemos que demoraria 40 dias para a quantidade atual de UTIs lotarem. Já na segunda imagem, podemos ver o auge de infectados graves e críticos. Haveria uma necessidade de 14 mil leitos hospitalares e 4 mil leitos de UTI no auge das infecções, que aconteceria 100 dias depois da lotação dos leitos de UTI disponíveis atualmente. Ao fim do ano, haveria 4 mil mortos pelo vírus.

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  • Cenário 3: Bloqueio Total (Lockdown) da cidade:

O Bloqueio Total ou Lockdown é um cenário onde há um fechamento completo da cidade, com o objetivo de reduzir ao máximo as transmissões do vírus na cidade, conforme explicamos em um post anterior. Para Porto Alegre, essa possibilidade não está sendo considerada no momento, devido à estabilidade do sistema de saúde, mas continua sendo um cenário interessante para estudo.

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No modelo, consideramos que o bloqueio resultaria na diminuição de 95% de todas as infecções que deveriam acontecer em situação normal. Como resultado, em 2 meses de lockdown não haveria mais nenhum infectado nas UTIs e o número total de óbitos seria de cerca de 30 pessoas, apenas 9 mortes a mais do que o número atual.

O modelo SEIR é um modelo matemático simples e determinístico que não leva em conta variações de caráter aleatório e estatístico. O que podemos aprender com ele na modelagem do cenário de Porto Alegre é que, apesar de a progressão do vírus estar estável e a quantidade de pacientes em leitos de UTI aparentar estar decrescendo lentamente, um breve descuido com a redução do distanciamento pode levar o sistema de saúde ao colapso rapidamente, conforme projetado nos cenários 1 e 2. Em contrapartida, cenários mais rígidos podem levar a contenção da crise de forma mais rápida, como observamos na simulação de Bloqueio Total.

Tendo em vista os cenários analisados acima, medidas de abertura e redução do distanciamento social devem ser feitas com cuidado, pois, do contrário, a situação pode se tornar crítica e acabar com o progresso feito nos últimos meses de distanciamento social. Além disso, é fundamental que haja acompanhamento em tempo real da população através de testes em massa - não apenas para pessoas que apresentam sintomas críticos ou graves, mas também para casos leves ou assintomáticos. Dessa forma, poderemos fazer projeções que estejam mais de acordo com a situação real da cidade em relação a propagação do vírus, de maneira a ser possível aprofundar os estudos de cenários frente a novas medidas redução do distanciamento social.


  • Sobre a modelagem de dados

Conforme explicado em um post anterior, estamos utilizando o modelo SEIR para estudar uma possível modelagem da progressão do COVID-19 em algumas cidades brasileiras. Porto Alegre foi uma das cidades onde o modelo melhor se adaptou à progressão do vírus e por isso foi priorizada para essa análise.

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Previsões 15-19 de maio

Hoje trouxemos mais uma atualização da previsão de #coronavirus em todo o Brasil para os próximos dias. As previsões são feitas supondo que as taxas de crescimento se mantenham as mesmas dos últimos dias:

  • 14/05: o Brasil ultrapassou a marca dos 200 mil casos. Tivemos 202.918 casos registrados, um aumento de 7% em relação ao dia anterior;

  • 15/05: previsão de termos entre  210 mil e 220 mil casos no país (um aumento de 3% a 9% comparado com 14/05);

  • 19/05: previsão de ao menos 240 mil casos (aumento de 19% comparado com 14/05).

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Também trouxemos alguns estados como destaque para hoje:

  • São Paulo, estado com mais casos no país, ultrapassou os 54 mil casos, tendo chegado hoje a 54.286 casos;

  • Distrito Federal, primeiro estado da região Centro-Oeste em número de casos, chegou hoje a 3.416 casos;

  • Goiás, o segundo colocado da região,  está atualmente com 1.423 casos. A região Centro-Oeste é a última em número de casos no país.

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A distribuição dos Recursos contra o COVID-19 no Brasil

No post de ontem, trouxemos uma análise sobre quais são os estados e os tipos de cidades brasileiras que estão sendo mais afetados pela pandemia. Hoje vamos dar sequência a esse estudo trazendo dados sobre os recursos que cada um desses locais possui, para entender quais dessas regiões estão mais capacitadas para responder ao coronavírus.

Alguns dos principais recursos necessários ao combate à pandemia são: os profissionais da saúde (como médicos e enfermeiros), os leitos de UTI (utilizado pelos pacientes com casos graves da doença) e os respiradores (auxiliam na respiração dos pacientes em situação crítica). A distribuição de cada um desses recursos pelos municípios do Brasil foi realizada em 2019 pelo IBGE e pode ser visualizada nos mapas abaixo, sendo que os espaços vazio representam municípios sem uma única unidade do recurso em questão.

Enquanto a diferença entre os municípios em termos de médicos e enfermeiros não é tão clara, é notável que tanto os respiradores quanto os leitos de UTI estão concentrados em algumas regiões do país. Quando colocamos essa distribuição em termos do tamanho das cidades, notamos claramente que esses recursos estão concentrados nas cidades grandes.

Os municípios com mais de 500 mil habitantes representam 32% da população brasileira, e concentram 44% dos enfermeiros, 53% dos médicos, 57% dos respiradores e 60% dos leitos de UTI do país. Em contrapartida, os municípios de até 50 mil habitantes somam 31% da população, mas possuem apenas 4% dos leitos de UTI e 12% dos médicos. No panorama geral, 90% dos municípios de todo país não possuem Leitos de UTI em seu território.

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Outro fato preocupante é o número elevado de municípios pequenos que não possuem nem ao menos uma unidade de algum dos recursos. 98% das cidades com até 50 mil habitantes não possuem um único leito de UTI e apenas uma dentre as 2452 cidades com até 10 mil habitantes possui leitos de UTI. Além disso, 85% destas não possuem respiradores.

Esse panorama se mostra preocupante, visto que, como mostramos no último post, os casos de COVID-19 estão avançando nas regiões do interior do país. Um reflexo disso pode ser observado quando analisamos a quantidade de municípios no país que possuem óbitos de COVID-19 mas que não possuem respiradores ou leitos de UTI. Dentre as cidades com até 50 mil habitantes, já temos mais de 300 que possuem óbitos por COVID-19 mas que não possuem nem um único respirador. Da mesma forma, 509 municípios (9% do total de cidades do país) dessa categoria apresentam óbitos causados pelo vírus, mas não possuem leitos de UTI em seu território.

Quando observamos esse cenário por região, notamos novamente a desigualdade existente entre elas. As duas regiões com mais municípios com casos e óbitos de COVID-19 em seu território, o Norte e o Nordeste, também são as que menos tem o maior número de municípios sem Leitos de UTI e Respiradores disponíveis: mais de 80% das cidades dessas regiões que apresentam óbitos não possuem leitos de UTI e metade não possui nem sequer respiradores.

O cenário observado indica que a pandemia pode vir a assumir uma gravidade ainda maior com a disseminação da crise para o interior do país. Devido à alta concentração de recursos essenciais (em especial de respiradores e de leitos de UTI) nas grandes cidades, muitos dos pequenos municípios do país não possuem condições de tratar os pacientes mais críticos, de tal forma que eles precisam procurar atendimento nas grandes cidades ou então correm um risco ainda mais elevado de falecer em suas cidades. Dessa forma, é preciso que os gestores levem esse fato em consideração na hora de planejar e executar as medidas de contenção e prevenção contra o COVID-19, analisando não só a realidade de sua própria região, mas também dos entornos dela.


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