Na primeira imagem observamos a modelagem da quantidade total de casos. No modelo, os casos graves são aqueles que necessitam de internação hospitalar (dado não disponibilizado no boletim de Porto Alegre) e os casos críticos necessitam de internação em UTIs (disponível nos boletins da cidade).
A curva azul mostra o crescimento do vírus sem nenhum distanciamento social ou medida de contenção. Nela, já teríamos ultrapassado 4 mil infectados graves + críticos e o sistema de saúde estaria próximo do colapso. Para lidar com o crescimento dessa curva, precisaríamos de cerca 30 mil leitos hospitalares e de 8 mil leitos de UTI no pico da propagação do vírus, sendo que, no total, Porto Alegre possui 6508 leitos hospitalares adultos e disponibiliza atualmente 108 leitos de UTI para COVID-19, número que pode ser incrementado progressivamente.
A curva vermelha mostra a situação atual do crescimento do vírus, que está controlada e tende a decrescer se as medidas de contenção continuarem sendo adotadas. Se a curva vermelha se mantiver, devemos estar alcançando o auge da infecção no momento e não precisaremos ampliar o sistema de saúde.
Já a segunda imagem mostra a modelagem de óbitos por COVID-19. Sem nenhuma contenção, na curva azul, estaríamos ultrapassando 100 mortos por conta do vírus, sendo que, atualmente, a cidade possui apenas 17 mortos confirmados.
Com esses dados e simulações, podemos observar o sucesso na contenção do avanço do vírus e achatamento da curva de infectados em Porto Alegre, sendo que, atualmente, a cidade vive um cenário estável com relação aos pacientes internados em UTI e a quantidade de mortos deve se estabilizar junto com o decrescimento da curva de infectados.
Diante desse cenário de sucesso temporário e estabilidade da curva de infectados, o governo estadual e a gestão municipal estudam com cuidado a reabertura de setores da economia e a ampliação de testes na cidade. Tendo isso em vista, no próximo post, traremos uma simulação de redução e aumento do distanciamento social em Porto Alegre, onde mostraremos em quais cenários o achatamento da curva de infectados pode ser realizado com sucesso e iremos também comparar com situações em que uma pequena diminuição das medidas de distanciamento social levam ao crescimento desenfreado do número de casos e ao colapso do sistema de saúde.